“Fazer terapia é um caminho sem volta”, já diziam Newton Tambara e Elizabeth Freire, estudiosos da área. É um caminho porque é um processo. Um caminho por vezes longo, ora mais curto, mas nunca linear, nunca direto. Vez por outra, a terapia nos leva por estradas sinuosas, de difícil acesso, com obstáculos que pensamos ser impossível ultrapassar. Caminhos que dependem de passos pequenos e simples, ou de passos grandes e largos, que nunca imaginamos realizar, mas que podem nos levar a lugares em que sempre desejamos estar, ou ser, ou permanecer, ou caminhar…

Um aspecto muito importante para esse caminho sem volta, é sem dúvidas, o vínculo estabelecido entre terapeuta e cliente. A Relação Terapêutica desempenha um papel fundamental para o sucesso da terapia. E essa relação de confiança e respeito nem sempre é formada imediatamente. Ela é construída, requer tempo e é uma via de mão dupla, dependendo de ambas as partes. Mas, uma vez formado, o vínculo auxilia a superação de desconfortos e vulnerabilidades que surgirão ao longo do caminho, tornando o processo terapêutico mais acolhedor e eficiente.

A trajetória da terapia nem sempre é agradável. Muitas vezes nos deparamos com nossos desconfortos, emoções, medos e angústias. Mas não poderia ser diferente, não é mesmo? Apesar disso, o processo terapêutico também é acolhedor, seguro, sigiloso. É comprometimento, aceitação, empatia. Então, quando a terapia é capaz de gerar mudança, já não há mais volta. Já não somos quem éramos antes dela. Já enxergamos as coisas sob uma nova perspectiva. Já fomos remexidos, revirados, transformados. Pensamentos e comportamentos mudam. Não adianta. Ficamos diferentes. A mudança é, sem dúvidas, o caminho sem volta de uma boa terapia.