Procrastinar é transferir para outro dia, deixar para depois algo que deve ser feito. A procrastinação é um comportamento bem comum no nosso dia a dia. Estudos mostram que 20% dos adultos são procrastinadores crônicos; ou seja, para essas pessoas, deixou de ser apenas um mau hábito e acarreta inúmeros prejuízos.

Tim Pychyl, professor de Psicologia na Universidade Carleton, em Ottawa, e autor do livro Solving the Procrastination Puzzle (“Solucionando o enigma da procrastinação”, em tradução livre) explica que a procrastinação é um problema ligado à gerência das emoções, e não à gerência do tempo. Geralmente postergamos algo que é aversivo, ou seja, que causa algum desconforto, demanda tempo e não é prazeroso. Então, temos um sentimento de alívio ao protelar a tarefa. Além disso, o procrastinar dá lugar à realização de atividades mais prazerosas, como ler um livro, assistir a um filme ou sair com os amigos, por exemplo. Por isso, apesar de ser considerada um comportamento ruim, a procrastinação também está associada a reforçadores, ou seja, a consequências positivas.

A dificuldade em mudarmos esse comportamento está no fato de que, às vezes, mesmo deixando para última hora, conseguimos realizar a tarefa com êxito (apesar de possíveis efeitos como ansiedade, privação do sono ou estresse). Então, quando a procrastinação passa a ser prejudicial? Se estiver associada a algum tipo de sofrimento ou sentimentos de angústia, além de prejuízo no trabalho, nos estudos e no cotidiano de maneira geral.

Uma possível solução prática é diminuir a quantidade de distratores no ambiente. Por exemplo, ao estudar ou preparar uma apresentação de trabalho, escolher um lugar tranquilo e organizado, sem TV ou videogame, e desligar ou silenciar o celular.

A terapia pode ajudar a entender os motivos da sua procrastinação e as situações que você posterga, bem como identificar as consequências positivas e negativas que ela acarreta e elaborar estratégias para evitar que isso ocorra, uma vez que tais situações, consequências e prejuízos variam de pessoa para pessoa.